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A Sina de um Terapeuta Ocupacional...

Imaginemos estes 3 cenários:

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1 - Jantar de amigos, onde um amigo leva outro, completamente desconhecido; um outro leva a prima; outro a avó… e, quando damos por nós, estamos numa “salgalhada” de pessoas que não conhecemos, nem mais gordas, nem mais magras;

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2 – Almoço de família onde, ao contrário do primeiro, conhecemos todas as pessoas, desde a avó lá no canto que experimenta sushi, pensando que é uma sobremesa (e arrepende-se), ao primo de 5 meses que pensa que a vida gira à volta do biberon;

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3 – Uma consulta com o médico de família, dentista, contabilista ou até a senhora que nos arranja o cabelo (e fala pelos cotovelos).

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Estão vocês neste momento a pensar: “Mas onde raio querem as Crónicas chegar com isto?”

Calma, calma…já lá vamos.

O que é que estes três cenários podem ter em comum, perguntam vocês? (e muito bem, por sinal)

 

A terrível, ameaçadora e assustadora pergunta que nos faz querer ter o Kielhofner e a Polatajko no nosso ombro que nem “anjinho” e “diabinho”: “Qual é a tua profissão?”

 

Mal estas palavras são pronunciadas à nossa volta, já os nossos amigos não TO’s, a nossa família…bolas, até mesmo o nosso periquito, trazem uma cadeira, pipocas e um cobertor porque, Winter is Coming… e esta conversa vai demorar.

 

É neste momento que sacamos da nossa apresentação Power Point, dos óculos nerd e começamos apenas por dizer: Terapeuta Ocupacional.

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Aqui existem 3 possíveis cenários:

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1 – A pessoa diz “Ah, que interessante, conheço perfeitamente.” – apenas 1% da população Mundial tem esta reação. Aqui, a nossa família, amigos e periquito descansam porque sabem que já não há perigo.

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2 – A pessoa diz “Ah desculpa, nunca ouvi falar, mas podes explicar-me?”. Aqui, a família, os amigos e o periquito tremem ligeiramente que nem gelatina de ananás, mas aceitam a cruel dor que vai ser ouvir todoooo o discurso novamente.

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3 – A pessoa diz “Ah conheço perfeitamente, isso é tipo fisioterapia, conjugado com animação sociocultural e uma pitada de psicologia, não é?”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Aqui, parou tudo. A mãe agarra na frigideira, os amigos nas cadeiras, o pai no grelhador elétrico e… “À Carga!”, que nem soldados treinados pelo Darth Vader.

E o que fazemos nós, os TO’s? Viramos boneco do Saw, amarramos a pessoa à cadeira, ligamos o Power Point, dizemos “Let’s play a game?” e começamos a explicar… quando acabamos, já o periquito morreu de sede, tal foi a demora.

Por isso, pessoas estranhas que nos perguntam em jantares o que é a Terapia Ocupacional e o que fazemos, é simples: Trabalhamos com pessoas, ajudamo-las a perceber o que as está a impedir de fazerem o que mais gostam no seu dia-a-dia. Depois de percebermos isso, simplesmente pomos a capa de Super Homem e fazemos magia. Boom, é fácil assim!

Mostramos às pessoas que afinal ainda conseguem fazer o seu hobbie preferido mesmo que tenham tido um AVC. Quem não caça com cão, caça com gato! E nós, Terapeutas Ocupacionais, ajudamos as pessoas a perceber qual é o “gato”. Damos a volta à situação de modo a serem encontradas estratégias para as pessoas fazerem as suas ocupações.

Percebido?! Muito obrigada e até ao próximo almoço em que nos vão perguntar o que fazemos… e lá vamos nós explicar novamente o que resolvemos fazer com a nossa vida.😉

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