CRÓNICAS OCUPACIONAIS
Terapia Ocupacional
Brincar com Plasticina
Benefícios
Com a plasticina é possível trabalhar-se a nível motor, sensorial, cognitivo, afetivo e social. No que toca às competências motoras, vai existir um aumento de motricidade fina, ao nível da força (ex: beliscar a massa), destreza (ex: passar a massa entre os dedos) e coordenação bilateral (ex: utilização da tesoura ou outros equipamentos para cortar ou fazer bolinhas com as duas mãos).

Sensorialmente, quando a criança manipula a plasticina (amassar, enrolar, achatar, esticar…) para além de receber uma sensação tátil, está a estimular também a proprioceção. Se o terapeuta quiser aumentar o estímulo pode adicionar grãos de arroz, por exemplo. Através das diferentes cores também é estimulada a visão e, se a plasticina for feita em casa, é ainda possível adicionar-se aromas diferentes e, deste modo, estimular o olfato. É importante referir que o terapeuta deve ter em conta as características de cada criança, observando que, caso não haja uma boa aceitação, é necessário graduar a atividade e começar por utilizar pedaços mais pequenos de plasticina, aumentando progressivamente.
Relativamente às competências cognitivas é possível trabalhar-se ao nível da atenção/concentração, formação de conceitos (ex: separar por cores; criar formas, letras ou números), sequenciação, resolução de problemas, memória, entre outros. A nível afetivo, a utilização da plasticina pode ajudar a criança a exteriorizar as suas emoções; transmite mais confiança, aumentando a sua autoestima; estimula a criatividade e imaginação e potencia comportamentos de calma e tranquilidade.
A plasticina é um meio para a criança brincar com outros (pares/familiares/terapeuta), na partilha das diferentes cores e objetos, aumentando assim as competências sociais.
Exemplos de atividades
Com a plasticina é possível realizarem-se as mais variadas atividades, estando a cargo da criatividade do terapeuta. Deve-se sempre ter em conta as necessidades e características da criança e quais os objetivos terapêuticos. Aqui damos alguns exemplos de atividades que podem ser realizadas, e que aliam o brincar à aprendizagem:
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Fazer bolinhas de diferentes tamanhos e colocar por ordem (mais pequeno ao maior, ou vice-versa) – classificar por tamanhos
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Separar por cores e fazer associação – classificar por cor
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Enrolar na forma de salsicha e cortar com a tesoura. Com os bocadinhos cortados, fazer bolinhas e dividir por partes iguais ou quantidades à escolha.
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Criar casas, castelos e diferentes formas à imaginação da criança (podem ser utilizados outros materiais como palitos de madeira)



Receita caseira
Não é difícil encontrar plasticina a preços acessíveis mas, se tiver meios para o fazer, a criação da própria plasticina pode ser uma boa atividade terapêutica. Com ingredientes e modo de preparação facílimos, é uma boa ideia para uma sessão diferente e, sem dúvida, divertida. Além disso, pode personalizar com cores e aromas de acordo com as preferências da criança e é mais segura, uma vez que pode ser ingerida sem problemas.
Ingredientes necessários
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2 colheres de chá de óleo
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2 colheres de chá de cremor tártaro (às vezes usado na confeção de doces e afins)
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1 chávena de farinha
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½ chávena de sal
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1 chávena de água
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Algumas gotas de corante alimentar
Misturar num tacho os ingredientes secos. Ir adicionando os líquidos gradualmente. Mexer em lume brando até a massa ficar uma bola. Retirar a massa para uma tábua e amassar até ficar macia e esponjosa. Dividir a massa nas quantidades desejadas e colocar corante de cores diferentes.
A massa deve ficar a esfriar durante uma noite e depois ser guardada num saco plástico fechado.
Depois… é só brincar!