CRÓNICAS OCUPACIONAIS
Terapia Ocupacional
Enothe 2017:
A visão de uma estudante
Há vários meses recebi um mail de uma das minhas professoras a recrutar alunos interessados em participar num projeto internacional no âmbito do ENOTHE. Na altura, mesmo sem saber bem do que se tratava, aceitei o desafio, algo que já é comum na minha pessoa: dizer que sim a tudo sem saber bem para onde vou. Na altura estava longe de imaginar que iria à Croácia ou algo do género, mas ainda assim, o projeto pareceu-me super interessante.
OT Power seria o nosso projeto. Este já tinha sido iniciado com uma representante portuguesa, mas uma vez que esta aluna iria terminar o curso em breve, a pasta foi passada para mim e mais três colegas. Posto isto, fomos informadas de que o projeto seria realizado não só por alunas portuguesas, mas também por alunos da Catalunha, Arménia e Geórgia.

Em linhas gerais, o projeto OT Power visa promover a terapia ocupacional junto das populações dos quatro países intervenientes e também sensibilizar para o papel que o terapeuta ocupacional pode ter na inclusão social, percebendo quais são as necessidades específicas de cada país. Em breve saberão mais sobre este projeto!
Sem sabermos bem como, quando demos por nós estávamos na Croácia ao lado de estudantes, professores e terapeutas dos mais diversos países europeus. Posso dizer que voltei com o coração cheio. Não há palavras para descrever o quanto me enriqueceu perceber como funcionam as coisas lá fora, saber como é estruturado o curso noutros países e como é vivida a terapia ocupacional no geral em diferentes pontos do Mundo. Tivemos várias oportunidades para partilhar opiniões e perspetivas sobre diversos assuntos e sinto que isso nos enriqueceu imenso como futuras terapeutas ocupacionais.
Falar com pessoas que têm exatamente as mesmas inquietações e questões que nós, sentir que não estamos sozinhos foi mesmo uma sensação incrível. Todos os dias acabavam com questões nas nossas cabeças e apurámos imenso o pensamento crítico. “Onde começa e acaba a terapia ocupacional? Será que existem limites? Qual é o nosso papel neste e naquele contexto? A terapia ocupacional faz sentido aqui?”
Para além desta experiência de partilha, foi também possível apurarmos muito as nossas competências profissionais uma vez que tivemos de fazer um workshop para 160 alunos e uma apresentação para todas as pessoas presentes no ENOTHE.
A mensagem que quero deixar assenta na importância de nos envolvermos quer sejamos alunos ou profissionais neste tipo de projetos internacionais e do quanto podemos crescer e aprender com estas experiências. Aconselho todos a fazê-lo, a confiar nas suas capacidades e a arriscar. Desafiarmo-nos é das melhores coisas que podemos fazer na vida e sem dúvida que o sentimento que isso nos traz é bastante gratificante. A divulgação e crescimento da Terapia Ocupacional depende de cada um de nós e é importante que tenhamos todos essa consciência no nosso dia-a-dia.
Ana Martins, 2017