CRÓNICAS OCUPACIONAIS
Terapia Ocupacional
Recurso: Categorização na cozinha
Os Terapeutas Ocupacionais exploram diversas vezes as tarefas relacionadas com a culinária com objetivos terapêuticos. De facto, é uma ocupação comum nas Narrativas Ocupacionais dos nossos clientes, que é rica em exigências ocupacionais facilmente graduadas, e que se desenrola num ambiente físico que é, regra geral, facilmente adaptado. Desta forma, e principalmente por se apresentar como uma ocupação tão significativa para grande parte dos clientes, torna-se numa aliada perfeita no processo terapêutico. No entanto, nem todos os Terapeutas Ocupacionais a podem desenvolver, regra geral por falta de recursos. Desta forma, preparámos algum material que permite abordar uma das tarefas da culinária - a categorização – e falamos um pouco sobre como “trabalhar” este processo da melhor maneira.
Goyano (2017) mostra que a categorização não é um processo tão simples como poderíamos pensar. De uma geral, existem duas estratégias de categorização: a estratégia protótipo e a estratégia exemplar. No caso da estratégia protótipo, o que acontece é que o cliente compara o objeto sujeito a categorização com um protótipo, sendo o giro fusiforme esquerdo ativado - esta estrutura é responsável pelo reconhecimento de imagens abstratas. No caso da estratégia exemplar, o cliente compara o objeto sujeito a categorização com exemplos específicos de uma categoria, existindo assim a ativação do hipocampo esquerdo – esta estrutura tem um papel importante no armazenamento ou recuperação de memórias.
Como aplicar:
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Para realizar a categorização com base na estratégia protótipo deve, por exemplo, pedir ao seu cliente que categorize as imagens com base nas características da categoria. Desta forma, ele estará a comparar a imagem com um protótipo dessa categoria (exemplo: todos os produtos a colocar no frigorífico devem ser frescos - Ser frescos é uma das características deste grupo);
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Para realizar a categorização com base na estratégia exemplar deve, por exemplo, pedir ao seu cliente que categorize as imagens com base noutros objetos dessa mesma categoria, que irão servir como exemplo das características do grupo (exemplo: um dos produtos a colocar no armário é um enlatado, por isso, podemos colocar outros enlatados no armário, por comparação com este).
Embora o processo de categorização seja muito mais complexo do que a forma como aqui o apresentamos, consideramos que com estes dois conceitos já têm ferramentas para saber qual a melhor forma de abordar a categorização junto dos vossos clientes, enfatizando as suas competências e capacidades e não as dificuldades.
Deixamos aqui algumas imagens para a realização de categorização com base na cozinha, em que o cliente deve distinguir os objetos que guarda no frigorífico e os que guarda no armário.
Referências bibliográficas:
Goyano, J. (2017). Como o cérebro organiza estratégias para categorizar informações. Psique, 127.

















