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Terapia Ocupacional na Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela presença de tremores, rigidez e lentidão nos movimentos. Esta é uma doença cujos sinais e sintomas estão principalmente relacionados com o movimento, uma vez que está associada à redução de dopamina, responsável pelos comandos dos movimentos. Infelizmente, a causa para o aparecimento da DP ainda não é conhecida, mas afeta cerca de 20 000 portugueses.

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Por norma, a DP progride de forma gradual, sendo que os primeiros indícios são o tremor (â…” das pessoas), alterações sensoriais olfativas (redução da capacidade olfativa) e problemas associados ao movimento. É importante mencionar que em alguns casos o tremor não se manifesta, embora a maioria das pessoas acredite que este é um dos elementos necessários para realizar o diagnóstico. Além destes sinais/sintomas iniciais, a DP também envolve: rigidez, lentificação de movimentos, alterações posturais e de equilíbrio (o que leva a um aumento do risco de queda).

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Em termos práticos e funcionais, estes sinais/sintomas traduzem-se numa maior dificuldade em:

  • Iniciar o movimento, por exemplo, dar o primeiro passo quando inicia a marcha; arrastar os pés e dar passos curtos e rápidos, sem balanceamento dos braços; dificuldades em alterar a direção da marcha; sentimento de pés colados ao chão (freezing); e festinação, ou seja, iniciar marcha a maior velocidade para evitar a queda.

  • Diminuição da mobilidade pela rigidez e fadiga, o que vai interferir com a mobilidade no leito, levantar-se do sofá, as atividades básicas de vida diária (vestir-se, pentear-se, barbear-se, lavar os dentes), entre outras.

  • Alterações na motricidade fina, por maior dificuldade nos movimentos executados pelos músculos da mão. As tarefas mais exigentes do ponto de vista da motricidade fina serão mais difíceis ou impossíveis, como é o caso de apertar botões, fechar os fechos do casaco, escrever.

  • Alteração da expressão facial (interpretada pelos outros como tristeza ou apatia).

  • Alterações da fala e da deglutição. Os utentes com DP têm tendência a falar mais baixo, de forma lenta e monótona, com dificuldade na articulação de palavras. Quanto à deglutição, torna-se cada vez mais frequente que se engasguem durante a alimentação ou com a própria saliva, pelo comprometimento da musculatura da face e garganta.

 

Além dos sintomas mais frequentes, a DP pode ainda levar a alterações na higiene do sono, hesitação urinária, urgência urinária, incontinência urinária, obstipação (também associado à toma de levodopa, uma das terapia farmacológica para a DP), hipotensão ortostática, dermatite seborreica, anosmia (perda de olfacto), demência (â…“ dos casos), depressão, alucinações, delírios e paranóia.

 

 

Assim sendo, o que poderá ser feito pelo terapeuta ocupacional na intervenção com a pessoa com DP?

 

Em primeiro lugar, é importante realçar que esta é uma patologia com manifestações a diversos níveis, o que exige uma intervenção multidisciplinar que terá que incluir o apoio direto ou indireto de um terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, terapeuta da fala, neuropsicólogo e neurologista.

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A terapia ocupacional pode intervir, entre outros aspetos, nestas três áreas primordiais:

  • Nas promoção de um melhor desempenho nas AVD’s - pela existência de rigidez e dificuldades na motricidade fina é essencial que sejam repensadas as tarefas associadas à ocupação e a forma de as desempenhar;

  • Na promoção de uma rotina mais equilibrada e executável - muito mais do que identificar as ocupações significativas para a pessoa, é essencial repensar as exigências associadas a cada uma e os horários a que são desempenhadas. Será essencial gerir as rotinas de acordo com os períodos on/off da medicação (ocupações mais exigentes em período on e ocupações menos exigentes ou de descanso em períodos off);

  • Aconselhamento de produtos de apoio - como por exemplo talheres adaptados para impedir que o tremor influencie tanto a alimentação ou pinças para alcançar objetos no chão (sem aumentar o risco de queda).

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